Na Língua Portuguesa a crase indica à contração de A + A= À. A crase representa o uso de uma preposição mais artigo feminino ou anda uma preposição mais pronome demonstrativo. É importante lembrarmos que a crase não é um acento, mas sim uma contração de a+a, indicando a fusão de dois sons.
Ex.: O ministro chegou à embaixada.
(PREPOSIÇÃO + ARTIGO)
O ministro chegou a + a embaixada.
à
Utiliza-se crase quando é necessário o uso de uma preposição frente a uma palavra que aceite um artigo feminino designando gênero (feminino) e número.
Volta às aulas.
Nesse caso é necessária uma preposição, termo que faz ligação entre dois outros termos para que haja concordância na oração, pois não é certo escrevermos:
Volta aulas.
Escrita dessa forma perde-se a concordância da oração, quem volta, volta a algum lugar. Assim como o termo aulas aceita artigo na designação de gênero feminino.
A crase também muda o significado de uma oração, observe o exemplo:
Bateu à porta.
Nesse caso, indica-se que a porta recebeu umas pancadinhas, alguém deu murros na porta (a porta é adjunto adverbial de lugar e exige o uso de crase).
Bateu a porta.
Nesse caso, a porta é objeto direto do verbo bater. Significa que alguém fechou bruscamente a mesma.
Maneiras de certificarmos o uso:
Existem alguns artifícios a fim de verificarmos o uso ou não da crase. Podemos reescrever a oração trocando o termo feminino por um sinônimo masculino, se na troca o A virar AO há crase.
Ex.: Graças à ajuda dos marinheiros a baleia foi salva.
Graças ao auxílio dos marinheiros a baleia foi salva.
Assim podemos verificar que existe crase, pois na troca dos termos houve A por Ao.
Outro método é o uso do verso “ se vou a e volto dá crase há”.
Ex.: Vou à Bahia. / Volto da Bahia.
Fui a Porto Seguro. / volto de Porto Seguro.
Uso obrigatório da Crase:
Os seguintes casos apresentam obrigatoriedade quanto ao uso da crase:
Obs.: é importante a percepção que há exceções ente os casos, como tudo em nossa Língua.Essas serão também explicadas.
Artigo + Preposição:
Dediquei-me à leitura.
Resisti à oferta.
Houve um baile à fantasia.
Com a palavra Moda ou ao estilo de ocultas:
Mesmo frente a nomes masculinos utilizamos crase quando queremos representar essas expressões ( imitando, ao estilo ou moda de alguém ou alguma coisa).
Ex.: Falei à Romário./ Falei a Romário.
No primeiro caso a crase denota que houve uma imitação quanto ao estilo de Romário falar assim sendo necessário o uso de crase; no segundo caso denota uma conversa entre o sujeito e Romário, nesse caso sem o uso de crase.
Ele escreve à Machado de Assis.
Significa que alguém escreve ao estilo de Machado de Assis.
Ele escreve a Machado de Assis.
Assim, refere uma carta escrita a Machado de Assis.
Indicando Horário:
Utilizamos na indicação de hora, a não ser que seja precedido de uma preposição antes:
Ex.: A reunião será às 21 horas.
Ele chegou às 16 horas.
Após as 18 horas chegarei ao local .
Desde as 13 horas estou a esperar por você.
Obs.: A preposição ATÉ torna o uso de crase facultativo, assim sendo poderemos utilizar a crase com a preposição até antes de indicação de horário.
Ex.: Te espero até às 21 horas.
Antes do termo DISTÂNCIA quando está aparece determinada:
Ficou à distância de um metro do acontecido.
Ensino à distância ( especifica que EAD é pela distância de rede,Internet)
Estás a distância de meu coração (nesse caso não há crase,pois a distância é subjetiva).
Antes de palavra feminina em locuções:
Comprou à vista.
Entrou à direita da noiva.
Crescemos à medida que estudamos.
Fiquei à espera de sua ligação.
Palavra Terra:
Utilizamos crase frente a esse termo quando houver representação de Terra natal ou região.
Ex.: Os astronautas chegaram à Terra.
Os marinheiros chegaram a terra.
No caso dos marinheiros terra representa chão firme ou solo e não região, assim não se utiliza a crase.
O presidente voltou à terra natal.
Palavra Casa:
Frente ao termo casa há crase apenas quando existe um complemento sobre a casa.
Ex.: Fui à casa de minha tia.
Todos voltaram à casa de Marília depois da reunião.
Nos dois casos existe um complemento sobre a casa,porém, se não houver o complemento não se utiliza a crase.
Ex.: Fui a casa com meus amigos.
O complemento refere ao sujeito e não a casa.
Fui a casa.
Frente a pronomes: aquele, aquela, aquilo, quando for possível substituir por a esse,a essa, a isso:
Permaneci indiferente àquele barulho. (a esse)
Não me refiro àquilo.(a isso).
Crase Facultativa:
Existem casos facultativos na Língua Portuguesa, ou seja, podemos utilizar ou não a contração.
Frente a nomes femininos:
Entreguei a Joana o presente.
Entreguei à Joana o presente.
Antes dos pronomes possessivos minha, tua, sua, nossa, vossa:
Fale a sua irmã.
Fale à sua irmã.
Refiro-me a vossa senhoria.
Refiro-me à vossa senhoria.
Depois da preposição ATÉ:
Vamos até a praia.
Vamos até à praia.
Uso proibido da Crase:
Antes de nomes de santos:
Orei a nossa senhora.
Rezei a São Jorge.
Antes de nomes masculinos:
Andei a cavalo.
Vendeu a prazo.
Antes de verbo:
Fiquei a esperar dias seu telefonema.
Começou a dirigir cedo.
Com A no singular antes de palavra no plural:
Não me refiro a mulheres, mas sim a crianças.
Meio a palavras repetidas:
Cara a cara, frente a frente, face a face, lado a lado.
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Um comentário:
graças à ajuda tem crase?
Ajuda não seria um verbo? Nesse caso haveria, então, uma exceção?
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