sábado, 20 de abril de 2013

Língua Portuguesa - Frase, oração e período:



Frase:

Em nossa língua denominamos frase como a menor unidade gramatical, ou seja, qualquer palavra que denote alguma ideia de sentido:

Ex.: fogo, bola, poste, porta, saída, dragão etc.

Em suma, qualquer palavra que pronunciamos e que apresenta algum sentido, denomina-se como uma frase.
  
Oração:

Oração dá-se por uma ideia ligada a um verbo em seu desenvolvimento.

Ex.: A menina caiu do balanço.

  A bola foi chutada em direção ao gol pelo jogador.

Paula subiu rapidamente a escada.


                Notamos grafados os verbos, assim , percebemos que uma oração necessita de um verbo para que seja assim denominada: uma ideia ligada a um verbo.


Período:

  Chamamos de período uma ideia levada até o ponto.

Ex.: Paula subiu rapidamente a escada.

O ponto caracteriza o final de um período, devido a isso, quanto há um sinal de pontuação indicando que ainda falta uma ideia a ser colocada não é caracterizado um período. Então, se tivéssemos a mesma ideia, porém com um ponto de interrogação ao final, não teríamos um período.

Ex.: Paula subiu rapidamente a escada?


Os períodos classificam-se em dois tipos:


Período Simples:

  Chamamos de período simples sempre que houver apenas uma oração.

Ex.: Os lutadores fizeram uma boa luta.
  
O golpe foi fatal.
Um dos lutadores venceu a luta.


Notamos que nos três exemplos existe apenas uma oração compondo a idéia.


Período Composto:

O período composto caracteriza-se por ser formado por duas ou mais orações até o encerramento da ideia, ou seja, até o ponto de encerramento.


Ex.: Os lutadores fizeram uma boa luta, mas ao final apenas um saiu vencedor.

Tenho certeza: amo você.

A menina caiu do balanço, machucou o braço.

Note que em todos os exemplos existe mais de uma oração até o ponto encerrando a idéia. Podemos assim observar que os sinais de pontuação servem também,em nossa língua, com fim a separar uma oração de outra.


Período composto por subordinação:

O período composto por subordinação é aquele composto por uma oração principal (aquela que tem pelo menos um dos termos representado por uma oração subordinada) e por orações subordinadas (aquelas que exercem função sintática em outra oração).
As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais.
Quanto às formas, elas podem ser desenvolvidas (apresentam verbos numa das formas finitas [tempos do indicativo, subjuntivo, imperativo], apresentam normalmente conjunção e pronome relativo) e reduzidas (apresentam verbos numa das formas nominais [infinitivo, gerúndio, particípio] e não apresentam conjunções nem pronomes relativos, podem apresentar preposição):
Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.
Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.
As orações subordinadas substantivas exercem funções substantivas no interior da oração principal de que fazem parte. Elas podem ser desenvolvidas ou reduzidas e são classificadas de acordo com suas seis funções: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto.
As subordinadas substantivas subjetivas são aquelas orações que exercem a função de sujeito do verbo da oração principal:
É preciso que haja alguma coisa de flor em tudo isso.
É preciso haver alguma coisa de flor em tudo isso.
O verbo da oração principal sempre se apresenta na terceira pessoa do singular. E os verbos e expressões que apresentam essa oração como sujeito podem ser divididos em três grupos:
  • verbos de ligação mais predicativo (é bom, é claro, parece certo);
  • verbos na voz passiva sintética ou analítica (sabe-se, conta-se, foi anunciado);
  • verbos do tipo convir, cumprir, importar, ocorrer, acontecer, suceder, parecer, constar, quando na terceira pessoa do singular.
As subordinadas substantivas objetivas diretas exercem a função de objeto direto do verbo da oração principal:
Juro que direi a verdade.
Juro dizer a verdade.
Algumas objetivas diretas são introduzidas pela conjunção subordinativa integrante se e por pronomes interrogativos (onde, por que, como, quando, quando).
Essas orações ocorrem em formas interrogativas diretas:
Desconheço se ele chegou.
Desconheço quando ele chegou.
Os verbos auxiliares causativos (deixar, mandar e fazer) e os auxiliares sensitivos (ver, sentir, ouvir e perceber) formam orações principais que apresentam objeto direto na forma de orações subordinadas substantivas reduzidas de infinitivo:
Deixe-me partilhar seus segredos.
As subordinadas substantivas objetivas indiretas exercem o papel de objeto indireto do verbo da oração principal:
Aspiramos a que a situação nacional melhore.
Lembre-me de ajudá-lo em seus afazeres.
As subordinadas substantivas completivas nominais exercem papel de complemento nominal de um termo da oração principal:
Tenho a sensação de que estamos alcançando uma situação mais alentadora.
Já as subordinadas substantivas predicativas exercem o papel de predicativo do sujeito da oração principal:
Nossa constatação é que vida e morte são duas faces de uma mesma realidade.
As subordinadas substantivas apositivas exercem função de aposto de um termo da oração principal:
Só desejo uma coisa: que nossa situação melhore.
As orações subordinadas adjetivas exercem a função sintática do pronome relativo. Exerce a função sintática de adjunto adnominal de um termo da oração principal, sendo introduzida por pronome relativo (que, qual/s, como, quanto/a/s, cujo/a/s, onde). Estes pronomes relativos podem ser precedidos de preposição.
As subordinadas adjetivas dividem-se em restritivas e explicativas.
As restritivas restringem o sentido da oração principal, sendo indispensáveis. Apresentam sentido particularizante do antecedente.
O professor castigava os alunos que se comportavam mal.
As explicativas tem a função de explicar o sentido da oração principal, sendo dispensável. Apresentam sentido universalizante do antecedente.
Grande Sertão Veredas, que foi publicado em 1956, causou muito impacto.
Geralmente, as orações explicativas vêm separadas da oração principal por vírgulas ou travessões.
Os pronomes relativos que introduzem as orações subordinadas adjetivas desempenham funções sintáticas. Para esse tipo de análise, deve-se substituir o pronome relativo por seu antecedente e proceder a análise como se fosse um período simples.
O homem, que é um ser racional, aprende com seus erros - sujeito
Os trabalhos que faço me dão prazer - objeto direto
Os filmes a que nos referimos são italianos - objeto indireto
O homem rico que ele era hoje passa por dificuldades - predicativo do sujeito
O filme a que fizeram referência foi premiado - complemento nominal
O filme cujo artista foi premiado não fez sucesso - adjunto adnominal
O bandido por quem fomos atacados fugiu - agente da passiva
A escola onde estudamos foi demolida - adjunto adverbial
Cujo sempre funciona como adjunto adnominal; onde como adjunto adverbial de lugar e como será adjunto adverbial de modo.
As oração subordinadas adverbial corresponde sintaticamente a um adjunto adverbial, sendo introduzida por conjunções subordinativas adverbiais. A ordem direta do período é oração principal + oração subordinada adverbial, entretanto muitas vezes a oração adverbial vem antes da oração principal.
As orações subordinadas adverbiais podem ser do tipo:
  • Causal, fator determinante do acontecimento relatado na oração principal. (Saí apressado, porque estava atrasado)
As principais conjunções são: porque, porquanto, desde que, já que, visto que, uma vez que, como, que...
A oração causal introduzida por como fica obrigatoriamente antes da principal.
  • Consecutiva, resultado ou efeito da ação manifesta na oração principal. (Saímos tão distraídos, que esquecemos os ingressos)
As principais conjunções são: que (precedido de tão, tal, tanto, tamanho), de maneira que, de forma que...
  • Comparativa, comparação com o que aparece expresso na oração principal, buscando entre elas semelhanças ou diferenças. Pode aparecer com o verbo elíptico. (Naquele lugar chovia, como chove em Belém)
As principais conjunções são: assim como, tal qual, que, do que, como, quanto...
  • Condicional, circunstância da qual depende a realização do fato expresso na oração principal. (Sairei, se você der autorização)
As principais conjunções são: se (= caso), caso, contanto que, dado que, desde que, uma vez que, a menos que, sem que, salvo se, exceto se...
  • Conformativa, ideia de adequação, de não contradição com o fato relatado na oração principal. (Saímos na hora, conforme havíamos combinado)
As principais conjunções são: conforme, como, segundo, consoante...
  • Concessiva, admissão de uma circunstância ou ideia contrária, a qual não impede a realização do fato manifesto na oração principal. (Saímos cedo, embora o espetáculo fosse mais tarde)
As principais conjunções: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, apesar de que, conquanto, sem que...
As conjunções concessivas sempre aparecem com verbo no subjuntivo.
  • Temporal, circunstância de tempo em que ocorreu o fato relatado na oração principal. (Saímos de casa, assim que amanheceu)
As principais conjunções são: quando, assim que, logo que, tão logo, enquanto, mal, sempre que...
  • Final, objetivo ou destinação do fato relatado na oração principal. (Fomos embora, para que não houvesse confusão)
As principais conjunções são: para que, para, a fim de que, com a finalidade de...
  • Proporcional, relação existente entre dois elementos, de modo que qualquer alteração em um deles implique alteração também no outro. (Os alunos saíram, à medida que terminavam a prova)
As principais conjunções são: à medida que, à proporção que, enquanto, ao passo que, quanto...
Uma oração pode ser subordinada a uma principal e, ao mesmo tempo, principal em relação a outra (ele age / como você / para estar em evidência)
A Norma Gramatical Brasileira não faz referência às orações adverbiais modais e locativas (introduzida por onde) - Falou sem que ninguém notasse / Estaciona-se sempre onde é proibido.
As subordinadas reduzidas apresentam duas características básicas:
  • não é introduzida por conectivos, mas equivale a uma oração desenvolvida;
  • apresenta verbo numa das três formas nominais.
Não é a falta de conectivo que determina a existência de uma oração reduzida, e sim a forma nominal do verbo.
Classificam-se em reduzida de particípio, gerúndio ou infinitivo, em função da forma verbal que apresentam.
As reduzidas de infinitivo podem vir ou não precedidas de preposição e, geralmente, são substantivas ou adverbiais, raramente adjetivas. As orações adverbiais, em geral, vêm precedidas de preposição. Entretanto, as proporcionais e as comparativas são sempre desenvolvidas.
Algumas orações reduzidas de infinitivo merecem atenção: vem depois dos verbos deixar, mandar, fazer, ver, ouvir, olhar, sentir e outros verbos causativos e sensitivos. Deixei-os fugir (= que eles fugissem) - orações subordinada substantiva objetiva direta. Este é o único caso em que o pronome oblíquo exerce função sintática de sujeito (caso de sujeito de infinitivo).
As reduzidas de gerúndio, geralmente adverbial, raramente adjetiva e coordenada aditiva. A maioria das adverbiais são temporais. Não há consecutiva, comparativa e final reduzida de gerúndio.
Segundo Rocha Lima, as orações subordinadas adverbiais modais só aparecem sob a forma reduzida de gerúndio, uma vez que não existem conj. modais. (A disciplina não se aprende na fantasia, sonhando, ou estudando)
A reduzida de particípio, geralmente adjetiva ou adverbial, também sendo mais comuns as temporais. Eventualmente, uma oração coordenada pode vir como reduzida de gerúndio.
As adjetivas reduzidas de particípio são ponto de discussão entre os gramáticos. A tendência atual é considerar estes particípios simples adjetivos (adjuntos adnominais).


 Período composto por coordenação:

O período composto por coordenação é formado por orações sintaticamente completas, ou seja, equivalentes.
Os homens investigam o mundo, descobrem suas riquezas e constroem suas sociedades competitivas.
O período acima é formada por três orações, no entanto essas orações são independentes e poderiam constituir orações absolutas, caracterizando o período composto por coordenação.
Quanto às orações coordenadas, elas estão divididas em assindéticas e sindéticas, sendo estas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
As orações coordenadas assindéticas são aquelas ligadas sem o uso da conjunção:
Um pé-de-vento cobria de poeira a folhagem das imburanas, sinhá Vitória catava piolhos no filho mais velho, Baleia descansava a cabeça na pedra de amolar.
Já as orações coordenadas sindéticas são aquelas ligadas por meio de conjunções:
Dormiu e sonhou.
As orações coordenadas sindéticas aditivas são ligadas por meio de conjunções aditivas. Ocorrem quando os fatos estão em sequencia simples, sem que acrescente outra ideia. As aditivas típicas são e e nem.
Discutimos as várias propostas e analisamos possíveis soluções.
Não discutimos as várias propostas, nem (e não) analisamos quaisquer soluções.
As orações sindéticas aditivas podem também ser ligadas pelas locuções não sómas(também), tanto ... como.
Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social do país.
As coordenadas sindéticas adversativas são introduzidas pelas conjunções adversativas. A segunda oração exprime contraste, oposição ou compensação em relação à anterior. As adversativas típicas são, mas, porém, contudo, todavia, entanto, entretanto, e as locuções, no entanto, não obstante, nada obstante.
Este mundo é redondo mas está ficando muito chato.
O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda penúria.
Já as coordenadas sindéticas alternativas são introduzidas por conjunções alternativas, indicando pensamentos ou fatos que se alternam ou excluem. A conjunção alternativa típica é ou. Há também os pares ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja.
Diga agora ou cale-se para sempre.
Ora atua com dedicação e seriedade, ora age de forma desleixada e relapsa.
As coordenadas sindéticas conclusivas são introduzidas por conjunções conclusivas. Nesse caso, a segunda oração exprime conclusão ou consequência lógica da primeira. As conjunções e locuções típicas são logo, portanto, então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, pois (apenas quando não anteposta ao verbo).
Aquela substância é altamente tóxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.
A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.
As coordenadas sintéticas explicativas são introduzidas por conjunções explicativas e exprimem o motivo, a justificativa de se ter feito a declaração anterior. As conjunções explicativas são que, porque pois (anteposta ao verbo).
"Vem, que eu te quero fraco."
Ele se mudou, pois seu apartamento está vazio.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

LITERATURA - Interessante - Curiosidades sobre alguns escritores.


Machado de Assis, nosso grande escritor, ultrapassou tanto as barreiras sociais bem como físicas. Machado teve uma infância sofrida pela pobreza e ainda era míope, gago e sofria de epilepsia. Enquanto escrevia Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado foi acometido por uma de suas piores crises intestinais, com complicações para sua frágil visão. Os médicos recomendaram três meses de descanso em Petrópolis. Sem poder ler nem redigir, ditou grande parte do romance para a esposa, Carolina.
Euclides da Cunha, Superintendente de Obras Públicas de São Paulo, foi engenheiro responsável pela construção de uma ponte em São José do Rio Pardo (SP). A obra demorou três anos para ficar pronta e, alguns meses depois de inaugurada, a ponte simplesmente ruiu. Ele não se deu por vencido e a reconstruiu. Mas, por via das dúvidas, abandonou a carreira de engenheiro.
Gilberto Freyre nunca manuseou aparelhos eletrônicos. Não sabia ligar sequer uma televisão. Todas as obras foram escritas a bico-de-pena, como o mais extenso de seus livros, Ordem e Progresso, de 703 páginas.
Graciliano Ramos era ateu convicto, mas tinha uma Bíblia na cabeceira só para apreciar os ensinamentos e os elementos de retórica. Por insistência da sogra, casou na igreja com Maria Augusta, católica fervorosa, mas exigiu que a cerimônia ficasse restrita aos pais do casal. No segundo casamento, com Heloísa, evitou transtornos: casou logo no religioso.
Aluísio de Azevedo tinha o hábito de, antes de escrever seus romances, desenhar e pintar, sobre papelão, as personagens principais mantendo-as em sua mesa de trabalho, enquanto escrevia.
José Lins do Rego era fanático por futebol. Foi diretor do Flamengo, do Rio, e chegou a chefiar a delegação brasileira no Campeonato Sul-Americano, em 1953.
Aos dezessete anos, Carlos Drummond de Andrade foi expulso do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo (RJ), depois de um desentendimento com o professor de português. Imitava com perfeição a assinatura dos outros. Falsificou a do chefe durante anos para lhe poupar trabalho. Ninguém notou. Tinha a mania de picotar papel e tecidos. "Se não fizer isso, saio matando gente pela rua". Estraçalhou uma camisa nova em folha do neto. "Experimentei, ficou apertada, achei que tinha comprado o número errado. Mas não se impressione, amanhã lhe dou outra igualzinha."
Numa das viagens a Portugal, Cecília Meireles marcou um encontro com o poeta Fernando Pessoa no café A Brasileira, em Lisboa. Sentou-se ao meio-dia e esperou em vão até as duas horas da tarde. Decepcionada, voltou para o hotel, onde recebeu um livro autografado pelo autor lusitano. Junto com o exemplar, a explicação para o "furo": Fernando Pessoa tinha lido seu horóscopo pela manhã e concluído que não era um bom dia para o encontro.
Érico Veríssimo era quase tão taciturno quanto o filho Luís Fernando, também escritor. Numa viagem de trem a Cruz Alta, Érico fez uma pergunta que o filho respondeu quatro horas depois, quando chegavam à estação final.

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Concordância Nominal ? O básico está aqui.

CONCORDÂNCIA NOMINAL                                 O artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o numeral concorda...

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