Frase:
Em nossa língua
denominamos frase como a menor unidade gramatical, ou seja, qualquer palavra
que denote alguma ideia de sentido:
Ex.:
fogo, bola, poste, porta, saída, dragão etc.
Em suma, qualquer palavra
que pronunciamos e que apresenta algum sentido, denomina-se como uma frase.
Oração:
Oração dá-se por
uma ideia ligada a um verbo em seu desenvolvimento.
Ex.:
A menina caiu do balanço.
A bola foi
chutada em direção ao gol pelo jogador.
Paula
subiu rapidamente a escada.
Notamos grafados os verbos,
assim , percebemos que uma oração necessita de um verbo para que seja assim
denominada: uma ideia ligada a um verbo.
Período:
Chamamos de período uma ideia levada até o ponto.
Ex.: Paula subiu
rapidamente a escada.
O
ponto caracteriza o final de um período, devido a isso, quanto há um sinal de
pontuação indicando que ainda falta uma ideia a ser colocada não é
caracterizado um período. Então, se tivéssemos a mesma ideia, porém com um
ponto de interrogação ao final, não teríamos um período.
Ex.: Paula subiu
rapidamente a escada?
Os
períodos classificam-se em dois tipos:
Período
Simples:
Chamamos de período simples
sempre que houver apenas uma oração.
Ex.: Os lutadores fizeram uma boa luta.
O
golpe foi fatal.
Um
dos lutadores venceu a luta.
Notamos que nos
três exemplos existe apenas uma oração compondo a idéia.
Período
Composto:
O período composto
caracteriza-se por ser formado por duas ou mais orações até o encerramento da ideia,
ou seja, até o ponto de encerramento.
Ex.: Os lutadores fizeram uma boa luta, mas ao final apenas um saiu vencedor.
Tenho certeza: amo você.
A
menina caiu do balanço, machucou o braço.
Note que em todos
os exemplos existe mais de uma oração até o ponto encerrando a idéia. Podemos
assim observar que os sinais de pontuação servem também,em nossa língua, com
fim a separar uma oração de outra.
Período composto por subordinação:
O
período composto por subordinação é aquele composto por uma oração principal
(aquela que tem pelo menos um dos termos representado por uma oração
subordinada) e por orações subordinadas (aquelas que exercem função sintática
em outra oração).
As
orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais.
Quanto
às formas, elas podem ser desenvolvidas (apresentam verbos numa das formas
finitas [tempos do indicativo, subjuntivo, imperativo], apresentam normalmente
conjunção e pronome relativo) e reduzidas (apresentam verbos numa das formas
nominais [infinitivo, gerúndio, particípio] e não apresentam conjunções nem
pronomes relativos, podem apresentar preposição):
Eu
sinto que em meu gesto existe o teu gesto.
Eu
sinto existir em meu gesto o teu gesto.
As
orações subordinadas substantivas exercem funções substantivas no interior da
oração principal de que fazem parte. Elas podem ser desenvolvidas ou reduzidas
e são classificadas de acordo com suas seis funções: sujeito, objeto direto,
objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto.
As
subordinadas substantivas subjetivas são aquelas orações que exercem a função
de sujeito do verbo da oração principal:
É
preciso que haja alguma coisa de flor em tudo isso.
É
preciso haver alguma coisa de flor em tudo isso.
O
verbo da oração principal sempre se apresenta na terceira pessoa do singular. E
os verbos e expressões que apresentam essa oração como sujeito podem ser
divididos em três grupos:
- verbos
de ligação mais predicativo (é bom, é claro, parece certo);
- verbos
na voz passiva sintética ou analítica (sabe-se, conta-se, foi anunciado);
- verbos
do tipo convir, cumprir, importar, ocorrer, acontecer, suceder, parecer,
constar, quando na terceira pessoa do singular.
As
subordinadas substantivas objetivas diretas exercem a função de objeto direto
do verbo da oração principal:
Juro que
direi a verdade.
Juro dizer
a verdade.
Algumas
objetivas diretas são introduzidas pela conjunção subordinativa
integrante se e por pronomes interrogativos (onde, por que,
como, quando, quando).
Essas
orações ocorrem em formas interrogativas diretas:
Desconheço se ele
chegou.
Desconheço quando ele
chegou.
Os
verbos auxiliares causativos (deixar, mandar e fazer) e os auxiliares
sensitivos (ver, sentir, ouvir e perceber) formam orações principais que
apresentam objeto direto na forma de orações subordinadas substantivas
reduzidas de infinitivo:
Deixe-me
partilhar seus segredos.
As
subordinadas substantivas objetivas indiretas exercem o papel de objeto
indireto do verbo da oração principal:
Aspiramos a
que a situação nacional melhore.
Lembre-me de
ajudá-lo em seus afazeres.
As
subordinadas substantivas completivas nominais exercem papel de complemento
nominal de um termo da oração principal:
Tenho
a sensação de que estamos alcançando uma situação mais alentadora.
Já
as subordinadas substantivas predicativas exercem o papel de predicativo do
sujeito da oração principal:
Nossa
constatação é que vida e morte são duas faces de uma mesma realidade.
As
subordinadas substantivas apositivas exercem função de aposto de um termo da
oração principal:
Só
desejo uma coisa: que nossa situação melhore.
As
orações subordinadas adjetivas exercem a função sintática do pronome relativo.
Exerce a função sintática de adjunto adnominal de um termo da oração principal,
sendo introduzida por pronome relativo (que, qual/s, como, quanto/a/s,
cujo/a/s, onde). Estes pronomes relativos podem ser precedidos de preposição.
As
subordinadas adjetivas dividem-se em restritivas e explicativas.
As
restritivas restringem o sentido da oração principal, sendo indispensáveis.
Apresentam sentido particularizante do antecedente.
O
professor castigava os alunos que se comportavam mal.
As
explicativas tem a função de explicar o sentido da oração principal, sendo
dispensável. Apresentam sentido universalizante do antecedente.
Grande
Sertão Veredas, que foi publicado em 1956, causou muito impacto.
Geralmente,
as orações explicativas vêm separadas da oração principal por vírgulas ou
travessões.
Os
pronomes relativos que introduzem as orações subordinadas adjetivas desempenham
funções sintáticas. Para esse tipo de análise, deve-se substituir o pronome
relativo por seu antecedente e proceder a análise como se fosse um período
simples.
O
homem, que é um ser racional, aprende com seus erros - sujeito
Os
trabalhos que faço me dão prazer - objeto direto
Os
filmes a que nos referimos são italianos - objeto indireto
O
homem rico que ele era hoje passa por dificuldades - predicativo do sujeito
O
filme a que fizeram referência foi premiado - complemento nominal
O
filme cujo artista foi premiado não fez sucesso - adjunto adnominal
O
bandido por quem fomos atacados fugiu - agente da passiva
A
escola onde estudamos foi demolida - adjunto adverbial
Cujo
sempre funciona como adjunto adnominal; onde como adjunto adverbial de lugar e
como será adjunto adverbial de modo.
As
oração subordinadas adverbial corresponde sintaticamente a um adjunto
adverbial, sendo introduzida por conjunções subordinativas adverbiais. A ordem
direta do período é oração principal + oração subordinada adverbial, entretanto
muitas vezes a oração adverbial vem antes da oração principal.
As
orações subordinadas adverbiais podem ser do tipo:
- Causal,
fator determinante do acontecimento relatado na oração principal. (Saí
apressado, porque estava atrasado)
As
principais conjunções são: porque, porquanto, desde que, já que, visto
que, uma vez que, como, que...
A
oração causal introduzida por como fica obrigatoriamente antes da principal.
- Consecutiva,
resultado ou efeito da ação manifesta na oração principal. (Saímos tão
distraídos, que esquecemos os ingressos)
As
principais conjunções são: que (precedido de tão, tal, tanto,
tamanho), de maneira que, de forma que...
- Comparativa,
comparação com o que aparece expresso na oração principal, buscando entre
elas semelhanças ou diferenças. Pode aparecer com o verbo elíptico.
(Naquele lugar chovia, como chove em Belém)
As
principais conjunções são: assim como, tal qual, que, do que, como,
quanto...
- Condicional,
circunstância da qual depende a realização do fato expresso na oração
principal. (Sairei, se você der autorização)
As
principais conjunções são: se (= caso), caso, contanto
que, dado que, desde que, uma vez que, a menos que, sem que, salvo se, exceto
se...
- Conformativa,
ideia de adequação, de não contradição com o fato relatado na oração
principal. (Saímos na hora, conforme havíamos combinado)
As
principais conjunções são: conforme, como, segundo, consoante...
- Concessiva,
admissão de uma circunstância ou ideia contrária, a qual não impede a
realização do fato manifesto na oração principal. (Saímos cedo, embora o
espetáculo fosse mais tarde)
As
principais conjunções: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, apesar
de que, conquanto, sem que...
As
conjunções concessivas sempre aparecem com verbo no subjuntivo.
- Temporal,
circunstância de tempo em que ocorreu o fato relatado na oração principal.
(Saímos de casa, assim que amanheceu)
As
principais conjunções são: quando, assim que, logo que, tão logo,
enquanto, mal, sempre que...
- Final,
objetivo ou destinação do fato relatado na oração principal. (Fomos
embora, para que não houvesse confusão)
As
principais conjunções são: para que, para, a fim de que, com a
finalidade de...
- Proporcional,
relação existente entre dois elementos, de modo que qualquer alteração em
um deles implique alteração também no outro. (Os alunos saíram, à medida
que terminavam a prova)
As
principais conjunções são: à medida que, à proporção que, enquanto, ao
passo que, quanto...
Uma
oração pode ser subordinada a uma principal e, ao mesmo tempo, principal em
relação a outra (ele age / como você / para estar em evidência)
A
Norma Gramatical Brasileira não faz referência às orações adverbiais modais e
locativas (introduzida por onde) - Falou sem que ninguém notasse / Estaciona-se
sempre onde é proibido.
As
subordinadas reduzidas apresentam duas características básicas:
- não
é introduzida por conectivos, mas equivale a uma oração desenvolvida;
- apresenta
verbo numa das três formas nominais.
Não
é a falta de conectivo que determina a existência de uma oração reduzida, e sim
a forma nominal do verbo.
Classificam-se
em reduzida de particípio, gerúndio ou infinitivo, em função da forma verbal
que apresentam.
As
reduzidas de infinitivo podem vir ou não precedidas de preposição e,
geralmente, são substantivas ou adverbiais, raramente adjetivas. As orações
adverbiais, em geral, vêm precedidas de preposição. Entretanto, as
proporcionais e as comparativas são sempre desenvolvidas.
Algumas
orações reduzidas de infinitivo merecem atenção: vem depois dos verbos deixar,
mandar, fazer, ver, ouvir, olhar, sentir e outros verbos causativos e
sensitivos. Deixei-os fugir (= que eles fugissem) - orações subordinada
substantiva objetiva direta. Este é o único caso em que o pronome oblíquo
exerce função sintática de sujeito (caso de sujeito de infinitivo).
As
reduzidas de gerúndio, geralmente adverbial, raramente adjetiva e coordenada
aditiva. A maioria das adverbiais são temporais. Não há consecutiva,
comparativa e final reduzida de gerúndio.
Segundo
Rocha Lima, as orações subordinadas adverbiais modais só aparecem sob a forma
reduzida de gerúndio, uma vez que não existem conj. modais. (A disciplina não
se aprende na fantasia, sonhando, ou estudando)
A
reduzida de particípio, geralmente adjetiva ou adverbial, também sendo mais
comuns as temporais. Eventualmente, uma oração coordenada pode vir como
reduzida de gerúndio.
As
adjetivas reduzidas de particípio são ponto de discussão entre os gramáticos. A
tendência atual é considerar estes particípios simples adjetivos (adjuntos
adnominais).
Período
composto por coordenação:
O
período composto por coordenação é formado por orações sintaticamente
completas, ou seja, equivalentes.
Os
homens investigam o mundo, descobrem suas riquezas e constroem suas sociedades
competitivas.
O
período acima é formada por três orações, no entanto essas orações são
independentes e poderiam constituir orações absolutas, caracterizando o período
composto por coordenação.
Quanto
às orações coordenadas, elas estão divididas em assindéticas e sindéticas,
sendo estas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
As
orações coordenadas assindéticas são aquelas ligadas sem o uso da conjunção:
Um
pé-de-vento cobria de poeira a folhagem das imburanas, sinhá Vitória catava
piolhos no filho mais velho, Baleia descansava a cabeça na pedra de amolar.
Já as
orações coordenadas sindéticas são aquelas ligadas por meio de conjunções:
Dormiu
e sonhou.
As
orações coordenadas sindéticas aditivas são ligadas por meio de conjunções
aditivas. Ocorrem quando os fatos estão em sequencia simples, sem que
acrescente outra ideia. As aditivas típicas são e e nem.
Discutimos
as várias propostas e analisamos possíveis soluções.
Não
discutimos as várias propostas, nem (e não) analisamos quaisquer soluções.
As
orações sindéticas aditivas podem também ser ligadas pelas locuções não
só, mas(também), tanto ... como.
Não
só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de
reestruturação social do país.
As
coordenadas sindéticas adversativas são introduzidas pelas conjunções
adversativas. A segunda oração exprime contraste, oposição ou compensação em
relação à anterior. As adversativas típicas são, mas, porém, contudo,
todavia, entanto, entretanto, e as locuções, no entanto, não
obstante, nada obstante.
Este
mundo é redondo mas está ficando muito chato.
O
país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda penúria.
Já as
coordenadas sindéticas alternativas são introduzidas por conjunções alternativas,
indicando pensamentos ou fatos que se alternam ou excluem. A conjunção
alternativa típica é ou. Há também os pares ora... ora,
já... já, quer... quer, seja... seja.
Diga
agora ou cale-se para sempre.
Ora atua com dedicação e
seriedade, ora age de forma desleixada e relapsa.
As
coordenadas sindéticas conclusivas são introduzidas por conjunções conclusivas.
Nesse caso, a segunda oração exprime conclusão ou consequência lógica da
primeira. As conjunções e locuções típicas são logo, portanto, então,
assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, pois (apenas
quando não anteposta ao verbo).
Aquela
substância é altamente tóxica, logo deve ser manuseada
cautelosamente.
A
situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.
As coordenadas
sintéticas explicativas são introduzidas por conjunções explicativas e exprimem
o motivo, a justificativa de se ter feito a declaração anterior. As conjunções
explicativas são que, porque e pois (anteposta
ao verbo).
"Vem, que eu
te quero fraco."
Ele
se mudou, pois seu apartamento está vazio.
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