Semana da Arte Moderna ( 1922 ):
A semana da arte moderna é um dos eventos de maior importância já realizados em nosso país, pois, através dela muitas mudanças ocorreram na área da literatura, música, pintura, e artes em geral.
A semana da arte moderna ocorreu no mês de Fevereiro, entre os dias 13 a 18 do ano de 1922, no teatro Municipal de São Paulo, com a participação de artistas do Rio de Janeiro e São Paulo. Não se sabe ao certo quem deu origem a ideia da realização de uma mostra de artes modernas em São Paulo, mas se tem referências de que Oswald de Andrade, já em 1920 havia prometido para 1922, ano do centenário da independência, uma verdadeira exposição da nova maneira visionária da arte moderna.
Até a realização da “semana” o Brasil era um país fechado no conservadorismo em relação aos aspectos da vanguarda modernista europeia, após a semana podemos dizer que o Brasil se globalizou junto aos países do velho continente nas artes. Não é exagero dizer que graças à abertura proporcionada pela semana da arte moderna que hoje em dia ouvimos música de fora, vestimos as tendências europeias e de outros países, obtemos as atuais tendências culinárias, artísticas e tecnológicas em nosso país. Os mais céticos podem afirmar que hoje em dia devido à abertura existente no mundo é óbvio que estaríamos desse modo, concordo, mas isso teria vindo muitos anos depois, com certeza, pois a semana da arte moderna viabilizou uma abertura não existente antes no Brasil.
O evento funcionou da seguinte maneira: durante uma semana o saguão do teatro Municipal foi aberto ao público para que esse pudesse apreciar obras ligadas à arte moderna, ou seja, fora dos conceitos artísticos e literários expressados até então. Eram expostas obras de Anita Mafaltti, Di Cavalcanti, Antonio Moya, Vicente do rego Monteiro, nas noites eram realizados saraus, onde liam-se poemas de escritores como Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho e eram executas músicas de Villa-Lobos e Ernani Braga.
Como era de se esperar a reação do público a toda essa inovação foi estranha: em momentos se ouviam relinchos, latidos, gritos; em outros momentos o público respondia com aplausos. Mas, a motivação da realização da semana da arte moderna era essa mesma, os artistas queriam “chocar”, provocar, mostrar a nova forma de arte, e conseguiram, pois é considerado o maior marco das artes já realizado no Brasil em toda sua história.
A arte moderna apresentava a característica da livre forma de expressão, ou seja, o artista deveria ter a liberdade da criação e a autonomia para isso em sua arte, fosse um quadro, um poema, uma música ou uma história literária. Os pré-modernistas desejavam uma arte puramente brasileira, onde fossem mostrados aspectos culturais e folclóricos do Brasil, assim tornando-a uma criação brasileira que seria propriamente chamada de arte brasileira. Assim Villa-Lobos incorporou novos compassos diversificando o andamento de suas músicas misturados a sons da natureza brasileira, ouvir a composição “O Guarani” que formava uma música erudita, mas brasileira, com sons do Brasil meio a sinfonia, devido a sua genialidade Villa-Lobos é considerado o último grande compositor clássico de todos os tempos, comparado a mestres como Bach, Mozart e Beethoven.
Alguns dos idealizadores da semana da arte moderna foram: Manuel Bandeira, Villa-Lobos, Anita Mafaltti, Oswald de Andrade, Graça Aranha, Di Cavalcanti e Mário de Andrade.
A importância da Semana da Arte Moderna:
Na época os jornais pouca importância deram ao evento, assim como o público, que fora de São Paulo ficou distante de qualquer notícia dos acontecimentos culturais da mostra de arte. No entanto, ao longo dos anos a semana da arte moderna foi ganhando valor devido aos resultados com a inovação da arte pelos modernistas e cada vez mais adquirindo valor histórico.
O evento provocou a ruptura dos padrões tradicionais artísticos da época, causou o abandono de princípios e das técnicas até então formalizadas na literatura ou arte em geral.
Podemos notar, então, que o valor cultural da mostra foi de valor enorme, fazendo com que a literatura e a arte obtivessem um padrão de autonomia junto ao seu criador, sem formas restritas ou que tornasse arte algo igual, sem alma. O modernismo, ou melhor, a transição, chamada pré-modernismo trouxe alma à arte. Os reflexos vindos da semana da arte moderna estão até hoje ligados diretamente ao que acontece em termos de arte em nosso país.
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