Você sabe a diferença entre tu e você?
Segue um pequeno exemplo, que ilustra muito bem essa diferença:
O Diretor Geral de um Banco estava preocupado com um jovem e brilhante Diretor, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então o Diretor Geral do Banco, chamou um detetive e disse-lhe:
- Siga o Diretor Lopes durante uma semana, durante o horário de almoço.
O detetive, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
- O Diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Responde o Diretor Geral:
- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.
Logo em seguida o detetive pergunta:
- Desculpe. Posso tratá-lo por tu?
- Sim, claro respondeu o Diretor surpreendido!
- Bom então vou repetir:
- O Diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
A língua portuguesa é mesmo fascinante!
sábado, 28 de agosto de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
Lingua -Texto literário e texto não-literário
Relacionando o texto literário ao não-literário, devemos considerar que o texto literário tem uma dimensão estética, plurissignificativa e de intenso dinamismo, que possibilita a criação de novas relações de sentido, com predomínio da função poética da linguagem. É, portanto, um espaço relevante de reflexão sobre a realidade, envolvendo um processo de recriação lúdica dessa realidade. No texto não-literário, as relações são mais restritas, tendo em vista a necessidade de uma informação mais objetiva e direta no processo de documentação da realidade, com predomínio da função referencial da linguagem, e na interação entre os indivíduos, com predomínio de outras funções.
A produção de um texto literário implica:
• a valorização da forma
• a reflexão sobre o real
• a reconstrução da linguagem
• a plurissignificação
• a intangibilidade da organização linguística
2.1 valorização da forma
O uso literário da língua caracteriza-se por um cuidado especial com a forma, visando a exploração de recursos que o sistema linguístico oferece, nos planos fônico, prosódico, léxico, morfossintático e semântico.
Não é o tema, mas sim a maneira como ele é explorado formalmente que vai caracterizar um texto como literário. Assim, não há temas específicos de textos literários, nem temas inadequados a esse tipo de texto.
Os dois textos que seguem têm o mesmo tema - o açúcar: no primeiro, a função poética é predominante. É uma das razões para ser considerado um texto literário. Já no segundo, puramente informativo, há o predomínio da função referencial.
"O açúcar" (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228)
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
"A cana-de-açúcar" (Vesentini, J.W. Brasil, sociedade e espaço. São Paulo, Ática, 1992, p.106)
A cana-de-açúcar
Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A região que durante séculos foi a grande produtora de cana-de-açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis solos de massapé, além da menor distância em relação ao mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de-açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a cana serve também para a produção de álcool, importante nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imensa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.
Comentários sobre os textos: "O açúcar" e "A cana-de-açúcar"
O texto "O açúcar" parte de uma palavra do domínio comum - açúcar - e vai ampliando seu potencial significativo, explorando recursos formais para estabelecer um paralelo entre o açúcar - branco, doce, puro - e a vida do trabalhador que o produz - dura, amarga, triste.
a) associações lexicais entre vocábulos do mesmo campo semântico:
açúcar açucareiro doçar
dissolver usina
cana
canavial
plantar
colher mercearia
comprar
vender
b) relações antitéticas: vida amarga e dura x açúcar branco e puro
c) comparações: a comparação é o confronto de ideias por meio de conectivos, de palavras que explicitam o que está sendo comparado. Na comparação, um termo se define em função do que sabemos de outro:
"Vejo-o [o açúcar] puro e afável como beijo de moça
(como) água na pele
(como) flor que se dissolve na boca
No texto "A cana-de-açúcar", de expressão não-literária, o autor informa o leitor sobre a origem da cana-de-açúcar, os lugares onde é produzida, como teve início seu cultivo no Brasil, etc.
Para caracterizar ou explicitar a diferença entre função informativa e função artístico-literária da linguagem, através do confronto entre um determinado dado da realidade e o mesmo dado, reaproveitado em uma obra artística, podem ser comparadas as seguintes situações:
a) o barulho de buzinas na rua e uma música que use esse mesmo som;
b) o som de vozes de crianças brincando e a música Domingo no Parque (Gilberto Gil);
c) o som de uma cavalgada e a música Disparada ( Geraldo Vandré );
d) uma foto de jornal - uma foto dos sem-terra e um quadro - Os retirantes, de Portinari - com o mesmo tema da foto;
e) várias cenas do cotidiano e uma colagem de Glauco Rodrigues;
f) imagens de pessoas se movimentando e uma escultura representando pessoas;
g) uma pequena crítica sobre a passagem de uma escola de samba e a música Foi um rio que passou em minha vida ( Paulinho da Viola).
2.2 reflexão sobre o real
Em lugar de apenas informar sobre o real, ou de produzi-lo, a expressão literária é utilizada principalmente como um meio de refletir e recriar a realidade, reordenando-a. Isso dá ao texto literário um caráter ficcional, ou seja, o texto literário interpreta aspectos da realidade efetiva, de maneira indireta, recriando o real num plano imaginário.
Refletindo a experiência cultural de um povo, o texto literário contribui para a definição e para o fortalecimento da identidade nacional. Por isso, num país como o Brasil, onde as características culturais precisam ainda ser revitalizadas e valorizadas, as artes desempenham um papel muito importante.
A título de exemplo, citamos Platão e Fiorin (1991), que dizem: "Graciliano Ramos, em VIDAS SECAS, inventou um certo Fabiano e uma certa Sinhá Vitória para revelar uma verdade sobre tantos fabianos e sinhás vitórias, despossuídos de quase todos os bens materiais e culturais, e por isso degradados ao nível da animalidade."
2.3 recriação da linguagem (desautomatização)
No texto literário, relacionada ao processo de recriação do real, ocorre a desautomatização da linguagem. Assim, pela reinvenção dos procedimentos linguísticos normalmente utilizados no cotidiano, a expressão literária desconstrói hábitos de linguagem, baseando sua recriação no aproveitamento de novas formas de dizer. O uso estético da linguagem pressupõe criar novas relações entre as palavras, combinando-as de maneira inusitada, singular, revelando assim novas formas de ver o mundo.
sábado, 14 de agosto de 2010
Literatura - Romantismo
O Romantismo foi causador de grande insatisfação por parte das mulheres brasileiras, haja vista a vida que levavam em comparação às heroínas literárias.
O Romantismo foi um movimento criado pela classe burguesa, em oposição à monarquia. Com a autoridade imposta pelos Reis a classe burguesa foi muito prejudicada, pois perdeu inúmeras posses devido ao fato dos Reis entregarem suas terras por motivos em benefício próprio ou políticos a pessoas de seus interesses. Isso explica o fato da negação do poder dos Reis meio as primeiras histórias românticas, aonde sempre um rei era desafiado em seu poder dito supremo.
Entre a segunda metade do século XVIII e primeiro do século XIX, com pequenas variações cronológicas de um país para outro, instala-se uma nova estética literária caracterizada basicamente por dois aspectos: a liberdade criadora do artista e a valorização de seu mundo pessoal, através do predomínio da emoção sobre a razão. Além de analisar estas duas características básicas, convém destacar, ainda, vários outros traços da obra romântica:
Anseio de liberdade criadora:
Opondo-se aos ideais clássicos, revividos pelo Arcadismo, o artista romântico nega o princípio de mimesis (imitação) e busca expressar sua realidade interior, sem se preocupar com a forma. Não segue modelos, abandona as rígidas regras de métrica e rima; busca exteriorizar livremente o que lhe vai à alma: liberta seu inconsciente, foge da realidade para um mundo por ele idealizado, de acordo com as suas próprias emoções e desejos. Este anseio de liberdade relaciona-se às teorias de liberdade econômica, visto que as realizações e empreendimentos da burguesia ascendente encontravam apoio no liberalismo. Assim, a arte literária, reflexo de sua época, busca também afirmar-se em sua busca da liberdade criadora.
Subjetivismo
:A realidade é vista através da atitude do escritor. Não existe a preocupação em fazer um retrato fiel e verídico da realidade, pois esta é oferecida ao leitor filtrada e mesmo distorcida pelas emoções do autor. O predomínio de verbos e pronomes possessivos em primeira pessoa ressalta o desejo de trazer à tona os sentimentos interiores, projetando-os sobre o mundo exterior.
Evasão ou escapismo
A queda dos regimes absolutistas e a ascensão da burguesia provocam, inicialmente, uma fase de euforia, em que se acredita que os ideais de Liberdade – Igualdade – Fraternidade, pregados pela Revolução Francesa, irão se concretizar. Cedo, porém, percebe-se que nem todas as classes sociais terão o direito de atingir esses ideais, pois a distância entre a burguesia capitalista industrial e o proletariado se aprofunda cada vez mais. Assim, desiludidos com seu próprio tempo e insatisfeitos com a realidade que os cerca, muitos autores românticos mergulham no chamado “mal do século”, postura de frustração e imobilismo em face da realidade. Descontentes com a época em que vivem, buscam formas de fugir dela, através de evasões:
_ no tempo: voltando em pensamento a época de sua infância, em que se sentiam protegidos pela figura da mãe ou da irmã ou, ainda, escrevendo textos ambientados na Idade Média, em que a figura heróica dos cavaleiros permite sonhar com grandes feitos e atos marcados pela honra e pela nobreza. É o caso da obra Eurico, o Presbítero, de Alexandre Herculano, por exemplo.
_ na morte: que é vista como solução para as tristezas e a insatisfação. Neste sentido, convém destacar a obra Werther, de Goethe, na qual a ideia de suicídio aparece com intensidade, mostrando-o como a única possibilidade de escapar do sofrimento a que o ser humano se expõe a cada dia.
Senso de Mistério
Sem conseguir adaptar-se a seu mundo, valorizando a morte como a única saída, o artista romântico sente atração por ambientes noturnos, misteriosos, como cemitérios, ruas desertas, etc.
Culto à natureza :
Influenciados pelas ideias de Rousseau, os românticos vêem na natureza um refúgio seguro para suas dores, visto que os vícios da civilização não chegam até ela.
Além disso, é importante lembrar que, no Arcadismo, a paisagem bucólica era utilizada como cenário para os amores do poeta, mais permanecia impassível, indiferente às emoções que ele sentia. No Romantismo, porém, a natureza compartilha o sofrimento do poeta, tornando-se reflexo de seu mundo interior. A natureza passa a ser uma extensão do eu do poeta, mostrando-se triste ou alegre como ele, dependendo de seu estado de espírito.
Reformismo
Insatisfeitos com seu mundo, o poeta propõe-se a mudá-lo, influenciado pelas correntes libertárias da época. Ansiando por grandes feitos que lhe tragam a glória, o poeta romântico dedica-se a causa sociais, como a abolição da escravatura, a república, etc.
Fé
Em oposição ao paganismo próprio do estilo de época anterior, os românticos cultivam a fé cristã e os ideais religiosos.
Idealização da mulher :
A mulher não é mais vista sob o prisma do platonismo. O artista romântico ressalta a figura da mulher angelical e inatingível para ele, que se julga indigno dela; além disso, a mulher surge como elemento capaz de alterar a vida do poeta, o qual, sem ela, só terá paz na morte.
A figura materna aparece em destaque, representando o abrigo para o sofrimento e a dolorosa lembrança de um “paraíso perdido”.
Vale lembrar que, no Romantismo, a sensualidade está presente nas descrições femininas, mas apenas em relação às mulheres por quem o poeta se apaixona e que são, muitas vezes, apresentadas como prostitutas. Assim, a figura feminina oscila entre a pureza e a ingenuidade de um anjo e a luxúria de uma prostituta.
No Brasil, o momento histórico em que ocorre o Romantismo tem que ser visto a partir das últimas produções árcades, caracterizadas pela satírica política de Gonzaga e Silva Alvarenga, bem como as ideias de autonomia comuns naquela época. Em 1808, com a chegada da corte, o Rio de Janeiro passa por um processo de urbanização, tornando-se um campo propício à divulgação das novas influências europeias; a Colônia caminhava no rumo da independência.
Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de nacionalismo, busca-se o passado histórico, exalta-se a natureza da pátria; na realidade, características já cultivadas na Europa e que se encaixavam perfeitamente à necessidade brasileira de ofuscar profundas crises sociais, financeiras e econômicas. De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembleia Constituinte; a Constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação de Ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado de lusa fobia e, principalmente, de nacionalismo.
Características :
Um dos fatos mais importantes do Romantismo foi a criação de um novo público, uma vez que a literatura torna-se mais popular, o que não acontecia com os estilos de época de características clássicas. Surge o romance, forma mais acessível de manifestação literária; o teatro ganha novo impulso, abandonando as formas clássicas. Com a formação dos primeiros cursos universitários em 1827 e com o liberalismo burguês, dois novos elementos da sociedade brasileira representam um mercado consumidor a ser atingido: o estudante e mulher. Com a vinda da família real, a imprensa passa a existir no Brasil e, com ela, os folhetins, que desempenharam importante papel no desenvolvimento no romance romântico.
No prefácio de Suspiros poéticos e saudades, Gonçalves de Magalhães nos dá uma ótima visão do que era o romantismo para um autor romântico:
“É um livro de poesias escritas segundo as impressões dos lugares; ora assentado entre as ruínas da antiga Roma, meditando sobre a sorte dos impérios; ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no infinito como um átomo no espaço; ora na gótica catedral, admirando a grandeza de Deus, e os prodígios do cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra sobre os túmulos; ora enfim refletindo sobre a sorte da pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. Poesias d’alma e do coração, e que só pela alma e pelo coração devem ser julgadas. Quanto à forma, isto é, a construção, por assim dizer, material das estrofes, nenhuma ordem seguimos; exprimindo as ideias como elas se apresentaram, para não destruir o acento da inspiração; além de que, a igualdade de versos, a regularidade das rimas, e a simetria das estrofes produzem tal monotonia, que jamais podem agradar.”
Realmente, Gonçalves de Magalhães define o Romantismo e suas características básicas sob dois aspectos: o de conteúdo e o de forma.
Quanto ao conteúdo, os românticos cultivavam o nacionalismo, que se manifestava na exaltação da natureza da pátria, no retorno ao passado histórico e na criação do herói nacional, no caso brasileiro, o índio (o nosso cavaleiro medieval). Da exaltação do passado histórico vem o culto à Idade Média, que, além de representar as glórias e tradições do passado, também assume o papel de negar os valores da Antiguidade Clássica. Da mesma forma, a natureza ora é a extensão da pátria ora é um prolongamento do próprio poeta e seu estado emocional, um refúgio à vida atribulada dos centros urbanos do século XIX.
Outra característica marcante no romantismo e verdadeiro “cartão de visita” de toda a escola foi o sentimentalismo, a valorização dos sentimentos, das emoções pessoais: é o mundo interior que conta o subjetivismo. E à medida que se volta para o eu, para o individualismo, o pessoalismo, perde-se a consciência do todo, do coletivo, do social. A constante valorização do eu gera o egocentrismo; os poetas românticos se colocavam como o centro do universo. É evidente que daí surge um choque da realidade e o seu mundo. A derrota inevitável do eu leva a um estado de frustração e tédio. Daí as seguidas e múltiplas fugas da realidade: o álcool, o ópio, as “casa de aluguel” (prostíbulos), a saudade da infância, a idealização da sociedade, do amor e da mulher. No entanto, essa fuga tem ida e volta, exceção feita à maior de todas as fugas românticas: a morte.
Já ao final do Romantismo brasileiro, a partir de 1860, as transformações econômicas, políticas e sociais levam a uma literatura mais próxima da realidade; a poesia reflete as grandes agitações, como a luta abolicionista, a Guerra do Paraguai, o ideal de República. É a decadência do regime monárquico e o aparecimento da poesia social de Castro Alves. No fundo, uma transição para o realismo.
Quanto ao aspecto formal, a literatura romântica se apresenta totalmente desvinculada dos padrões e normas estéticas do Classicismo. O verso livre, sem métrica e estrofação, e o verso branco, sem rima, caracterizam a poesia romântica.
O romantismo se inicia no Brasil 1836, quando Gonçalves de Magalhães publica na França a Niterói – Revista Brasiliense, e no mesmo ano lança um livro de poesias românticas intitulado Suspiros poéticos e saudades.
Em 1822, D. Pedro I concretiza um movimento que se fazia sentir, de forma mais imediata, desde 1808: a independência do Brasil. A partir desse momento, o novo país necessita inserir-se no modelo moderno, acompanhando as nações independentes da Europa e América. A imagem do português conquistador deveria ser varrida; há a necessidade de auto-afirmação da pátria que se formava. O ciclo da mineração havia dado condições para que as famílias mais abastadas mandassem seus filhos à Europa, em particular França e Inglaterra, onde buscam soluções para os problemas brasileiros, apesar de não possuir o Brasil a mesma formação social dos países industrializados da Europa, representada pelo binômio burguesia/ proletariado. A estrutura social brasileira ainda era marcada pelo binômio aristocracia/ escravo; o “ser burguês” era mais um estado de espírito, norma de comportamento, do que uma posição econômica e social.
É nesse contexto que encontramos Gonçalves de Magalhães viajando pela Europa. Em 1836, vivendo o momento francês, funda a revista Niterói, da qual circularam apenas dois números, em paris. Nela, publica o “Ensaio sobre a história da literatura brasileira” considerada o nosso primeiro manifesto romântico:
“Não, oh! Brasil! No meio do geral merecimento tu não deves ficar imóvel e tranquilo, como o colono sem ambição e sem esperança. O germe da civilização, depositado em seu seio pela Europa, não tem dado ainda todos os frutos que deveria dar, vícios radicais têm tolhido seu desenvolvimento. Tu afastaste do teu colo a mão estranha que te sufocava, respira livremente, respira e cultiva as ciências, as artes, as letras as indústrias e combate tudo o que entrevá-las pode.”
O ano de 1881 é considerado marco final do romantismo, quando são lançados os primeiros romances de tendência naturalista e realista (O mulato, de Aluísio Azevedo, e Memórias de Brás Cubas, de Machado de Assis), embora desde 1870 já ocorressem manifestações do pensamento realista na Escola de Recife, em movimento liderado por Tobias Barreto.
AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS
Como vimos no início do capítulo, percebe-se nitidamente uma evolução no comportamento dos autores românticos; a comparação entre os primeiros e os últimos representantes dessa escola revela traços peculiares a cada fase, mas discrepantes entre si. No caso brasileiro, por exemplo, há uma distância considerável entre a poesia de Gonçalves Dias e a Castro Alves. Daí a necessidade de dividir o Romantismo em fases ou gerações. Assim é que no Romantismo brasileiro podemos reconhecer três gerações :
Primeira Geração – geração nacionalista ou indianista
Marcada pela exaltação da natureza, volta ao passado histórico, medievalismo, criação do herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes. Entre os principais autores podemos destacar Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.
Canção do Exílio
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá,
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontre eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá,
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o sabiá.”
o amor
Se se morre de amor
´Se se morre de amor! - Não não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n’alma(...)
Simpáticas feições, cintura breve
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d’amor arrebatar-nos
Mas isso amor não é; isso é delírio,
Devaneio, ilusão que se esvanece
ao som final da orquestra, ao derradeiro
Clarão, que as luzes no morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D’amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração - abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d’extremos
D’altas virtudes, té capaz de crimes!
Compreender o infinito
Compreender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D’as aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes:
Isso é amor, e desse amor se morre
Segunda Geração – geração do “mal do século”
Fortemente influenciada pela poesia de Lord Byron e Musset, é chamada, inclusive, de geração byroniana. Impregnada de egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão adolescente e tédio constante – característicos do ultra-romantismo, o verdadeiro -“mal do século”- seu tema preferido é a fuga da realidade, que se manifesta na idealização da infância, nas virgens sonhadas e na exaltação da morte. Os principais poetas dessa geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.
Terceira geração – geração condoreira
Caracterizada pela poesia social e libertária, reflete as lutas internas da Segunda metade do reinado de D. Pedro II. Essa geração sofreu intensamente a influencia de Victor Hugo e de sua poesia político-social, daí ser conhecida como geração hugoana. O termo condoreirismo é conseqüência do símbolo de liberdade adotado pelos jovens românticos: o condor, águia que habita o alto da cordilheira dos Andes. Seu principal representante foi Castro Alves, seguido por Tobias Barreto e Sousândrade.
ALGUNS DOS PRINCIPAIS AUTORES ROMÂNTICOS
Casimiro de Abreu
Poeta brasileiro, Casimiro José Marques de Abreu nasceu em São João da Barra, no estado do Rio, em quatro de janeiro de 1837. Poeta de grande inspiração, seus versos ainda hoje apreciados, lidos com admiração. “As Primaveras”, sua coletânea de poemas, ainda continua agradando ao grande público, e as edições sucedendo. Faleceu a 19 de outubro de 1860, com a idade de 23 anos.
José de Alencar
Foi bacharel em direito, jornalista, professor, crítico, teatrólogo e Poeta. Escreveu sobre o pseudônimo de IG, em 1856, as “Cartas sobre a Confederação dos Tamoios”. É considerado o fundador do romance brasileiro, já que no Brasil foi o primeiro a dar ao país um verdadeiro estilo literário. Sua obra está repleta de um nacionalismo vibrante, toda ela escrita numa tentativa de nacionalismo puro, numa temática nova, muito brasileira. Publicou :
“O Guarani”, “Iracema”, “Ubirajara”, “As Minas de Prata”, “O Garatuja”, “O Ermitão da Glória”, “Lucíola”, “A Pata da Gazela”, “O Gaúcho”, “O Tronco do Ipê”, “O Sertanejo” e muitos outros. Faleceu em 1877.
Castro Alves
Nasceu na Bahia, em 1847. É considerado um dos maiores poetas brasileiros. Em 1863, começou a participar da campanha abolicionista, escrevendo em um jornal acadêmico seus primeiros versos em defesa da abolição da escravatura: “A Canção do Africano”. Castro Alves participou ativamente das inquietações de espírito, da agitação poética e patriota e das lutas liberais que empolgavam sua geração. Em 1868 transferiu-se do Rio de Janeiro para São Paulo, onde continuou sua campanha abolicionista, declamando seus poemas antiescravista em praça pública. Foi acometido de tuberculose e um acidente ocorrido em uma caçada acabou por consumi-lo. Faleceu em 6 de junho de 1871. Deixou vasta bagagem literária, entre artigos, poesias, etc. “A Cachoeira de Paulo Afonso”, “A Revolução de Minas” ou “Gonzaga”, drama e o livro “Espumas Flutuantes”.
Álvares de Azevedo
Poeta brasileiro nascido em São Paulo, a 12 de setembro de 1831. “Lira dos Vinte Anos” é o título de sua obra principal, deixada inédita e publicada após a sua morte ocorrida em dez de março de 1852, no Rio de Janeiro. Escreveu ainda “A Noite na Taverna”, livro de contos, e mais “Conde Lopo”, um Drama, incompleto, aliás. Deixou também traduções e comentários críticos.
Gonçalves Dias
Poeta brasileiro, nasceu no estado do Maranhão, a 10 de agosto de 1823. Em 1840 foi estudar direito em Portugal, no Colégio de Artes, e foi lá que escreveu sua famosa “Canção do Exílio”. Já formado, embarcou para o Brasil, onde permaneceu muitos anos. Em 1847, lançou “Os Primeiros Cantos” e, 1848, “Os Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão”. Em 1849, foi nomeado professor de latim e História do Brasil no Colégio Pedro II. Em 1851, foram publicados os “Últimos Cantos”. Em 1862, bastante enfermo, embarcou para Europa. Em 1864, voltando ao Brasil, faleceu em um naufrágio. Gonçalves Dias é o patrono da cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras.
Joaquim Manuel Macedo
Romancista, poeta e jornalista brasileiro, nasceu em 1820 e faleceu no Rio de Janeiro em 1882. Pode ser considerado um dos pioneiros do romance no Brasil. Seu primeiro romance “A Moreninha”, lançado em 1844, até hoje é sucesso. Foi médico, professor, deputado da Assembléia Provincial e deputado federal. Escreveu também “O Forasteiro”, “O Moço Louro”, “Os Dois Amores”, “O Culto do Dever”, “A Namoradeira”, e outras obras. É patrono da cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras.
Bernardo Guimarães
Jornalista, professor, crítico e poeta, nasceu em Ouro Preto, em 1825. Formado em Direito, viveu a atmosfera romântica da época. Estreou com um livro de versos “Contos da Solidão” em 1852, ao qual se seguiram “Poesias”, “Folhas de Outono” e “Novas Poesias”. Bernardo Guimarães foi um dos iniciadores do regionalismo romântico com a publicação de “O Ermitão de Muquém”, lançado em 1869. Abrangendo o tema da escravidão, escreveu “Escrava Isaura” e ainda “O Garimpeiro”, e “O Seminarista”. Morreu em 1884.
Romantismo – Prosa
Um índio
Um índio descerá
De uma estrela colorida e brilhante
De uma estrala que virá
Numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul na América num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros
Das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas tecnologias
Virá
Impávido que nem muhammad ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi
O aché do afoché filhos de ghandi
Virá
Um índio preservado
Em pleno corpo físico
Em todo sólido todo
Gás e todo líquido
Em átomos palavras cor em gesto em cheiro em sombra em luz em som magnífico
Num ponto eqüidistante
Entre o atlântico e o pacifico
Do objeto sim resplandecente
Descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá fará não sei dizer assim de um modo explícito
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder Ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio.
(Caetano Veloso)
O início da prosa literária brasileira ocorreu no Romantismo. Com o gradual desenvolvimento de algumas cidades, sobre tudo o Rio de Janeiro, a cidade da corte, formou-se um público composto basicamente de jovens da classe alta, cujo ócio permitia a leitura de romances e folhetins.
Esse público leitor buscava na literatura apenas distração. Torcia por suas personagens, sofria com as desilusões das heroínas e tranqüilizava-se com o inevitável final feliz. E, tão logo chegava ao fim, fechava o livro esquecia-o, esperando o próximo, que lhe oferecia praticamente as mesmas emoções. O público de hoje substituiu os romances e folhetins pelas telenovelas e fotonovelas, mas ainda continua em busca de distração, passando o tempo a torcer e chorar por seus heróis...
TENDÊNCIAS DO ROMANCE ROMÂNTICO
Romance urbano
É o que desenvolve tema ligado à vida social, principalmente do Rio de Janeiro. A variedade dos tipos humanos, os problemas sociais e morais decorrentes do desenvolvimento da cidade, tudo serviu de fonte para os nossos romancistas, dentre os quais se destacam: José de Alencar (Senhora ; Lucíola), Joaquim Manuel de Macedo (A Moreninha; O Moço Loiro) e Manuel Antônio de Almeida (Memórias de um sargento de milícias).
O Romantismo foi um movimento criado pela classe burguesa, em oposição à monarquia. Com a autoridade imposta pelos Reis a classe burguesa foi muito prejudicada, pois perdeu inúmeras posses devido ao fato dos Reis entregarem suas terras por motivos em benefício próprio ou políticos a pessoas de seus interesses. Isso explica o fato da negação do poder dos Reis meio as primeiras histórias românticas, aonde sempre um rei era desafiado em seu poder dito supremo.
Entre a segunda metade do século XVIII e primeiro do século XIX, com pequenas variações cronológicas de um país para outro, instala-se uma nova estética literária caracterizada basicamente por dois aspectos: a liberdade criadora do artista e a valorização de seu mundo pessoal, através do predomínio da emoção sobre a razão. Além de analisar estas duas características básicas, convém destacar, ainda, vários outros traços da obra romântica:
Anseio de liberdade criadora:
Opondo-se aos ideais clássicos, revividos pelo Arcadismo, o artista romântico nega o princípio de mimesis (imitação) e busca expressar sua realidade interior, sem se preocupar com a forma. Não segue modelos, abandona as rígidas regras de métrica e rima; busca exteriorizar livremente o que lhe vai à alma: liberta seu inconsciente, foge da realidade para um mundo por ele idealizado, de acordo com as suas próprias emoções e desejos. Este anseio de liberdade relaciona-se às teorias de liberdade econômica, visto que as realizações e empreendimentos da burguesia ascendente encontravam apoio no liberalismo. Assim, a arte literária, reflexo de sua época, busca também afirmar-se em sua busca da liberdade criadora.
Subjetivismo
:A realidade é vista através da atitude do escritor. Não existe a preocupação em fazer um retrato fiel e verídico da realidade, pois esta é oferecida ao leitor filtrada e mesmo distorcida pelas emoções do autor. O predomínio de verbos e pronomes possessivos em primeira pessoa ressalta o desejo de trazer à tona os sentimentos interiores, projetando-os sobre o mundo exterior.
Evasão ou escapismo
A queda dos regimes absolutistas e a ascensão da burguesia provocam, inicialmente, uma fase de euforia, em que se acredita que os ideais de Liberdade – Igualdade – Fraternidade, pregados pela Revolução Francesa, irão se concretizar. Cedo, porém, percebe-se que nem todas as classes sociais terão o direito de atingir esses ideais, pois a distância entre a burguesia capitalista industrial e o proletariado se aprofunda cada vez mais. Assim, desiludidos com seu próprio tempo e insatisfeitos com a realidade que os cerca, muitos autores românticos mergulham no chamado “mal do século”, postura de frustração e imobilismo em face da realidade. Descontentes com a época em que vivem, buscam formas de fugir dela, através de evasões:
_ no tempo: voltando em pensamento a época de sua infância, em que se sentiam protegidos pela figura da mãe ou da irmã ou, ainda, escrevendo textos ambientados na Idade Média, em que a figura heróica dos cavaleiros permite sonhar com grandes feitos e atos marcados pela honra e pela nobreza. É o caso da obra Eurico, o Presbítero, de Alexandre Herculano, por exemplo.
_ na morte: que é vista como solução para as tristezas e a insatisfação. Neste sentido, convém destacar a obra Werther, de Goethe, na qual a ideia de suicídio aparece com intensidade, mostrando-o como a única possibilidade de escapar do sofrimento a que o ser humano se expõe a cada dia.
Senso de Mistério
Sem conseguir adaptar-se a seu mundo, valorizando a morte como a única saída, o artista romântico sente atração por ambientes noturnos, misteriosos, como cemitérios, ruas desertas, etc.
Culto à natureza :
Influenciados pelas ideias de Rousseau, os românticos vêem na natureza um refúgio seguro para suas dores, visto que os vícios da civilização não chegam até ela.
Além disso, é importante lembrar que, no Arcadismo, a paisagem bucólica era utilizada como cenário para os amores do poeta, mais permanecia impassível, indiferente às emoções que ele sentia. No Romantismo, porém, a natureza compartilha o sofrimento do poeta, tornando-se reflexo de seu mundo interior. A natureza passa a ser uma extensão do eu do poeta, mostrando-se triste ou alegre como ele, dependendo de seu estado de espírito.
Reformismo
Insatisfeitos com seu mundo, o poeta propõe-se a mudá-lo, influenciado pelas correntes libertárias da época. Ansiando por grandes feitos que lhe tragam a glória, o poeta romântico dedica-se a causa sociais, como a abolição da escravatura, a república, etc.
Fé
Em oposição ao paganismo próprio do estilo de época anterior, os românticos cultivam a fé cristã e os ideais religiosos.
Idealização da mulher :
A mulher não é mais vista sob o prisma do platonismo. O artista romântico ressalta a figura da mulher angelical e inatingível para ele, que se julga indigno dela; além disso, a mulher surge como elemento capaz de alterar a vida do poeta, o qual, sem ela, só terá paz na morte.
A figura materna aparece em destaque, representando o abrigo para o sofrimento e a dolorosa lembrança de um “paraíso perdido”.
Vale lembrar que, no Romantismo, a sensualidade está presente nas descrições femininas, mas apenas em relação às mulheres por quem o poeta se apaixona e que são, muitas vezes, apresentadas como prostitutas. Assim, a figura feminina oscila entre a pureza e a ingenuidade de um anjo e a luxúria de uma prostituta.
No Brasil, o momento histórico em que ocorre o Romantismo tem que ser visto a partir das últimas produções árcades, caracterizadas pela satírica política de Gonzaga e Silva Alvarenga, bem como as ideias de autonomia comuns naquela época. Em 1808, com a chegada da corte, o Rio de Janeiro passa por um processo de urbanização, tornando-se um campo propício à divulgação das novas influências europeias; a Colônia caminhava no rumo da independência.
Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de nacionalismo, busca-se o passado histórico, exalta-se a natureza da pátria; na realidade, características já cultivadas na Europa e que se encaixavam perfeitamente à necessidade brasileira de ofuscar profundas crises sociais, financeiras e econômicas. De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembleia Constituinte; a Constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação de Ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado de lusa fobia e, principalmente, de nacionalismo.
Características :
Um dos fatos mais importantes do Romantismo foi a criação de um novo público, uma vez que a literatura torna-se mais popular, o que não acontecia com os estilos de época de características clássicas. Surge o romance, forma mais acessível de manifestação literária; o teatro ganha novo impulso, abandonando as formas clássicas. Com a formação dos primeiros cursos universitários em 1827 e com o liberalismo burguês, dois novos elementos da sociedade brasileira representam um mercado consumidor a ser atingido: o estudante e mulher. Com a vinda da família real, a imprensa passa a existir no Brasil e, com ela, os folhetins, que desempenharam importante papel no desenvolvimento no romance romântico.
No prefácio de Suspiros poéticos e saudades, Gonçalves de Magalhães nos dá uma ótima visão do que era o romantismo para um autor romântico:
“É um livro de poesias escritas segundo as impressões dos lugares; ora assentado entre as ruínas da antiga Roma, meditando sobre a sorte dos impérios; ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no infinito como um átomo no espaço; ora na gótica catedral, admirando a grandeza de Deus, e os prodígios do cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra sobre os túmulos; ora enfim refletindo sobre a sorte da pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. Poesias d’alma e do coração, e que só pela alma e pelo coração devem ser julgadas. Quanto à forma, isto é, a construção, por assim dizer, material das estrofes, nenhuma ordem seguimos; exprimindo as ideias como elas se apresentaram, para não destruir o acento da inspiração; além de que, a igualdade de versos, a regularidade das rimas, e a simetria das estrofes produzem tal monotonia, que jamais podem agradar.”
Realmente, Gonçalves de Magalhães define o Romantismo e suas características básicas sob dois aspectos: o de conteúdo e o de forma.
Quanto ao conteúdo, os românticos cultivavam o nacionalismo, que se manifestava na exaltação da natureza da pátria, no retorno ao passado histórico e na criação do herói nacional, no caso brasileiro, o índio (o nosso cavaleiro medieval). Da exaltação do passado histórico vem o culto à Idade Média, que, além de representar as glórias e tradições do passado, também assume o papel de negar os valores da Antiguidade Clássica. Da mesma forma, a natureza ora é a extensão da pátria ora é um prolongamento do próprio poeta e seu estado emocional, um refúgio à vida atribulada dos centros urbanos do século XIX.
Outra característica marcante no romantismo e verdadeiro “cartão de visita” de toda a escola foi o sentimentalismo, a valorização dos sentimentos, das emoções pessoais: é o mundo interior que conta o subjetivismo. E à medida que se volta para o eu, para o individualismo, o pessoalismo, perde-se a consciência do todo, do coletivo, do social. A constante valorização do eu gera o egocentrismo; os poetas românticos se colocavam como o centro do universo. É evidente que daí surge um choque da realidade e o seu mundo. A derrota inevitável do eu leva a um estado de frustração e tédio. Daí as seguidas e múltiplas fugas da realidade: o álcool, o ópio, as “casa de aluguel” (prostíbulos), a saudade da infância, a idealização da sociedade, do amor e da mulher. No entanto, essa fuga tem ida e volta, exceção feita à maior de todas as fugas românticas: a morte.
Já ao final do Romantismo brasileiro, a partir de 1860, as transformações econômicas, políticas e sociais levam a uma literatura mais próxima da realidade; a poesia reflete as grandes agitações, como a luta abolicionista, a Guerra do Paraguai, o ideal de República. É a decadência do regime monárquico e o aparecimento da poesia social de Castro Alves. No fundo, uma transição para o realismo.
Quanto ao aspecto formal, a literatura romântica se apresenta totalmente desvinculada dos padrões e normas estéticas do Classicismo. O verso livre, sem métrica e estrofação, e o verso branco, sem rima, caracterizam a poesia romântica.
O romantismo se inicia no Brasil 1836, quando Gonçalves de Magalhães publica na França a Niterói – Revista Brasiliense, e no mesmo ano lança um livro de poesias românticas intitulado Suspiros poéticos e saudades.
Em 1822, D. Pedro I concretiza um movimento que se fazia sentir, de forma mais imediata, desde 1808: a independência do Brasil. A partir desse momento, o novo país necessita inserir-se no modelo moderno, acompanhando as nações independentes da Europa e América. A imagem do português conquistador deveria ser varrida; há a necessidade de auto-afirmação da pátria que se formava. O ciclo da mineração havia dado condições para que as famílias mais abastadas mandassem seus filhos à Europa, em particular França e Inglaterra, onde buscam soluções para os problemas brasileiros, apesar de não possuir o Brasil a mesma formação social dos países industrializados da Europa, representada pelo binômio burguesia/ proletariado. A estrutura social brasileira ainda era marcada pelo binômio aristocracia/ escravo; o “ser burguês” era mais um estado de espírito, norma de comportamento, do que uma posição econômica e social.
É nesse contexto que encontramos Gonçalves de Magalhães viajando pela Europa. Em 1836, vivendo o momento francês, funda a revista Niterói, da qual circularam apenas dois números, em paris. Nela, publica o “Ensaio sobre a história da literatura brasileira” considerada o nosso primeiro manifesto romântico:
“Não, oh! Brasil! No meio do geral merecimento tu não deves ficar imóvel e tranquilo, como o colono sem ambição e sem esperança. O germe da civilização, depositado em seu seio pela Europa, não tem dado ainda todos os frutos que deveria dar, vícios radicais têm tolhido seu desenvolvimento. Tu afastaste do teu colo a mão estranha que te sufocava, respira livremente, respira e cultiva as ciências, as artes, as letras as indústrias e combate tudo o que entrevá-las pode.”
O ano de 1881 é considerado marco final do romantismo, quando são lançados os primeiros romances de tendência naturalista e realista (O mulato, de Aluísio Azevedo, e Memórias de Brás Cubas, de Machado de Assis), embora desde 1870 já ocorressem manifestações do pensamento realista na Escola de Recife, em movimento liderado por Tobias Barreto.
AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS
Como vimos no início do capítulo, percebe-se nitidamente uma evolução no comportamento dos autores românticos; a comparação entre os primeiros e os últimos representantes dessa escola revela traços peculiares a cada fase, mas discrepantes entre si. No caso brasileiro, por exemplo, há uma distância considerável entre a poesia de Gonçalves Dias e a Castro Alves. Daí a necessidade de dividir o Romantismo em fases ou gerações. Assim é que no Romantismo brasileiro podemos reconhecer três gerações :
Primeira Geração – geração nacionalista ou indianista
Marcada pela exaltação da natureza, volta ao passado histórico, medievalismo, criação do herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes. Entre os principais autores podemos destacar Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.
Canção do Exílio
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá,
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontre eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá,
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o sabiá.”
o amor
Se se morre de amor
´Se se morre de amor! - Não não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n’alma(...)
Simpáticas feições, cintura breve
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d’amor arrebatar-nos
Mas isso amor não é; isso é delírio,
Devaneio, ilusão que se esvanece
ao som final da orquestra, ao derradeiro
Clarão, que as luzes no morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D’amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração - abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d’extremos
D’altas virtudes, té capaz de crimes!
Compreender o infinito
Compreender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D’as aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes:
Isso é amor, e desse amor se morre
Segunda Geração – geração do “mal do século”
Fortemente influenciada pela poesia de Lord Byron e Musset, é chamada, inclusive, de geração byroniana. Impregnada de egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão adolescente e tédio constante – característicos do ultra-romantismo, o verdadeiro -“mal do século”- seu tema preferido é a fuga da realidade, que se manifesta na idealização da infância, nas virgens sonhadas e na exaltação da morte. Os principais poetas dessa geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.
Terceira geração – geração condoreira
Caracterizada pela poesia social e libertária, reflete as lutas internas da Segunda metade do reinado de D. Pedro II. Essa geração sofreu intensamente a influencia de Victor Hugo e de sua poesia político-social, daí ser conhecida como geração hugoana. O termo condoreirismo é conseqüência do símbolo de liberdade adotado pelos jovens românticos: o condor, águia que habita o alto da cordilheira dos Andes. Seu principal representante foi Castro Alves, seguido por Tobias Barreto e Sousândrade.
ALGUNS DOS PRINCIPAIS AUTORES ROMÂNTICOS
Casimiro de Abreu
Poeta brasileiro, Casimiro José Marques de Abreu nasceu em São João da Barra, no estado do Rio, em quatro de janeiro de 1837. Poeta de grande inspiração, seus versos ainda hoje apreciados, lidos com admiração. “As Primaveras”, sua coletânea de poemas, ainda continua agradando ao grande público, e as edições sucedendo. Faleceu a 19 de outubro de 1860, com a idade de 23 anos.
José de Alencar
Foi bacharel em direito, jornalista, professor, crítico, teatrólogo e Poeta. Escreveu sobre o pseudônimo de IG, em 1856, as “Cartas sobre a Confederação dos Tamoios”. É considerado o fundador do romance brasileiro, já que no Brasil foi o primeiro a dar ao país um verdadeiro estilo literário. Sua obra está repleta de um nacionalismo vibrante, toda ela escrita numa tentativa de nacionalismo puro, numa temática nova, muito brasileira. Publicou :
“O Guarani”, “Iracema”, “Ubirajara”, “As Minas de Prata”, “O Garatuja”, “O Ermitão da Glória”, “Lucíola”, “A Pata da Gazela”, “O Gaúcho”, “O Tronco do Ipê”, “O Sertanejo” e muitos outros. Faleceu em 1877.
Castro Alves
Nasceu na Bahia, em 1847. É considerado um dos maiores poetas brasileiros. Em 1863, começou a participar da campanha abolicionista, escrevendo em um jornal acadêmico seus primeiros versos em defesa da abolição da escravatura: “A Canção do Africano”. Castro Alves participou ativamente das inquietações de espírito, da agitação poética e patriota e das lutas liberais que empolgavam sua geração. Em 1868 transferiu-se do Rio de Janeiro para São Paulo, onde continuou sua campanha abolicionista, declamando seus poemas antiescravista em praça pública. Foi acometido de tuberculose e um acidente ocorrido em uma caçada acabou por consumi-lo. Faleceu em 6 de junho de 1871. Deixou vasta bagagem literária, entre artigos, poesias, etc. “A Cachoeira de Paulo Afonso”, “A Revolução de Minas” ou “Gonzaga”, drama e o livro “Espumas Flutuantes”.
Álvares de Azevedo
Poeta brasileiro nascido em São Paulo, a 12 de setembro de 1831. “Lira dos Vinte Anos” é o título de sua obra principal, deixada inédita e publicada após a sua morte ocorrida em dez de março de 1852, no Rio de Janeiro. Escreveu ainda “A Noite na Taverna”, livro de contos, e mais “Conde Lopo”, um Drama, incompleto, aliás. Deixou também traduções e comentários críticos.
Gonçalves Dias
Poeta brasileiro, nasceu no estado do Maranhão, a 10 de agosto de 1823. Em 1840 foi estudar direito em Portugal, no Colégio de Artes, e foi lá que escreveu sua famosa “Canção do Exílio”. Já formado, embarcou para o Brasil, onde permaneceu muitos anos. Em 1847, lançou “Os Primeiros Cantos” e, 1848, “Os Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão”. Em 1849, foi nomeado professor de latim e História do Brasil no Colégio Pedro II. Em 1851, foram publicados os “Últimos Cantos”. Em 1862, bastante enfermo, embarcou para Europa. Em 1864, voltando ao Brasil, faleceu em um naufrágio. Gonçalves Dias é o patrono da cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras.
Joaquim Manuel Macedo
Romancista, poeta e jornalista brasileiro, nasceu em 1820 e faleceu no Rio de Janeiro em 1882. Pode ser considerado um dos pioneiros do romance no Brasil. Seu primeiro romance “A Moreninha”, lançado em 1844, até hoje é sucesso. Foi médico, professor, deputado da Assembléia Provincial e deputado federal. Escreveu também “O Forasteiro”, “O Moço Louro”, “Os Dois Amores”, “O Culto do Dever”, “A Namoradeira”, e outras obras. É patrono da cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras.
Bernardo Guimarães
Jornalista, professor, crítico e poeta, nasceu em Ouro Preto, em 1825. Formado em Direito, viveu a atmosfera romântica da época. Estreou com um livro de versos “Contos da Solidão” em 1852, ao qual se seguiram “Poesias”, “Folhas de Outono” e “Novas Poesias”. Bernardo Guimarães foi um dos iniciadores do regionalismo romântico com a publicação de “O Ermitão de Muquém”, lançado em 1869. Abrangendo o tema da escravidão, escreveu “Escrava Isaura” e ainda “O Garimpeiro”, e “O Seminarista”. Morreu em 1884.
Romantismo – Prosa
Um índio
Um índio descerá
De uma estrela colorida e brilhante
De uma estrala que virá
Numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul na América num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros
Das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas tecnologias
Virá
Impávido que nem muhammad ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi
O aché do afoché filhos de ghandi
Virá
Um índio preservado
Em pleno corpo físico
Em todo sólido todo
Gás e todo líquido
Em átomos palavras cor em gesto em cheiro em sombra em luz em som magnífico
Num ponto eqüidistante
Entre o atlântico e o pacifico
Do objeto sim resplandecente
Descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá fará não sei dizer assim de um modo explícito
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder Ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio.
(Caetano Veloso)
O início da prosa literária brasileira ocorreu no Romantismo. Com o gradual desenvolvimento de algumas cidades, sobre tudo o Rio de Janeiro, a cidade da corte, formou-se um público composto basicamente de jovens da classe alta, cujo ócio permitia a leitura de romances e folhetins.
Esse público leitor buscava na literatura apenas distração. Torcia por suas personagens, sofria com as desilusões das heroínas e tranqüilizava-se com o inevitável final feliz. E, tão logo chegava ao fim, fechava o livro esquecia-o, esperando o próximo, que lhe oferecia praticamente as mesmas emoções. O público de hoje substituiu os romances e folhetins pelas telenovelas e fotonovelas, mas ainda continua em busca de distração, passando o tempo a torcer e chorar por seus heróis...
TENDÊNCIAS DO ROMANCE ROMÂNTICO
Romance urbano
É o que desenvolve tema ligado à vida social, principalmente do Rio de Janeiro. A variedade dos tipos humanos, os problemas sociais e morais decorrentes do desenvolvimento da cidade, tudo serviu de fonte para os nossos romancistas, dentre os quais se destacam: José de Alencar (Senhora ; Lucíola), Joaquim Manuel de Macedo (A Moreninha; O Moço Loiro) e Manuel Antônio de Almeida (Memórias de um sargento de milícias).
domingo, 8 de agosto de 2010
Vallim no Guitar Idol 2010 - Acessem o linck
http://www.guitaridol.tv/video/190
Acessem o linck e assistam ao vídeo, valeu...
Acessem o linck e assistam ao vídeo, valeu...
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